26 de ago. de 2008

Centro de Referencia

Muita gente não sabe que o Governo criou um programa chamado CENTRO DE REFERENCIA. Portaria 249 de 16 de abril de 2002. Assistência aos Portadores da doença de Alzheimer.
Os Centros de Referência são responsáveis pelo diagnóstico, tratamento, acompanhamento dos pacientes, orientação a familiares e cuidadores e o que mais for necessário à adequada atenção aos Portadores da Doença de Alzheimer.

Estão envolvidos, ainda, neste processo assistencial cuidados de:
• enfermagem,
• fisioterápicos,
• de terapia ocupacional,
• de fonoaudiologia,
• psicológicos,
• de estimulação cognitiva e comportamental (individual/grupal),
• nutricionais e dietéticos.

Os medicamentos serão adquiridos pelas Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal em conformidade com o Programa de Medicamentos Excepcionais.

A dispensação poderá ser feita pelas próprias Secretarias, ou, mediante acordos operacionais entre as partes envolvidas, pelos Centros de Referência, adotando-se, neste caso, mecanismos de acompanhamento e controle.

PASSOS PARA CADASTRAMENTO NO CENTRO DE REFERÊNCIA.
Passos necessários para cadastrar o paciente em um dos centros de referência e, assim, contar com o atendimento previsto na lei:

1) Se sua cidade não tiver Centro de Referência: acompanhar o familiar doente ao posto de saúde da cidade ou do bairro para a consulta inicial com um médico.Não esquecer de levar os últimos exames realizados (caso os tenha) e os documentos do paciente;

2) O médico do posto de saúde, dependendo da avaliação, vai encaminhar o paciente para o centro de referência ou hospital credenciado mais próximo.Não esquecer de solicitar ao médico toda documentação necessária para cadastrar o paciente no Programa de Assistência aos Portadores da Doença de Alzheimer;

3) Se sua cidade tiver Centro de Referência: ir direto ao centro e procurar o setor de atendimento ou de triagem. Também neste caso, não deixar de levar os últimos exames e os documentos do paciente;

4) No centro, o paciente será avaliado por um médico especializado, que pode ser um neurologista, um geriatra ou um psiquiatra, para verificar a possibilidade de ter a Doença de Alzheimer. A partir do diagnóstico, ele apresentará as alternativas de tratamento. Não saia da consulta sem a orientação médica para o tratamento;

5) Se o paciente já tiver sido diagnosticado, o médico do centro pode decidir refazer a avaliação, podendo confirmar o tratamento já dado ou mudar.Em qualquer caso, não saia sem entender tudo sobre as orientações médicas;

6) Se o médico receitou medicamento, levar a receita e toda a documentação exigida até a farmácia de dispensação (também chamada de farmácia do "governo") para retirar o remédio na dosagem determinada. Informe-se sobre a localização da farmácia;

7) Voltar com o paciente para nova avaliação na data orientada pelo médico.

Informações extraídas do site da ABRAZ-RJ
Associação Brasileira de Alzheimer
Regional Rio de Janeiro16/07/06
Toda essa informação está no meu livro.
Acho que o texto poderá lhe ajudar a se preparar pelo que vem pela frente.

A felicidade e a química cerebral da sáude

Por Deepak Chopra
É óbvio que as pessoas saudáveis são mais felizes que as doentes.E vários estudos vêm confirmando que o inverso também é verdadeiro: pessoas felizes são mais saudáveis que as infelizes.

Parece que a felicidade, que nada mais é do que ter pensamentos positivos a maior parte do tempo, provoca alterações químicas no cérebro que, por sua vez, exercem efeitos profundamente benéficos sobre o organismo.

Por outro lado, pensamentos negativos ou depressivos causam alterações químicas que prejudicam o corpo.

As substâncias químicas do cérebro, pelas quais os pensamentos operam, são chamadas de neurotransmissores.Pelo menos trinta tipos diferentes de neurotransmissores já foram identificados. A proporção em que cada um deles aparece depende do estado de espírito cultivado pela pessoa ao longo da vida.

Uma vez que controlamos conscientemente os pensamentos - escolhemos o que pensar -, é claro que a química cerebral pode ser controlada com facilidade, embora seja muito difícil oferecer provas científicas desse fato.
Pensar é exercitar a química cerebral.

É ela que induz a secreção hormonal em várias regiões do cérebro, como o hipotálamo e a hipófise, e esses hormônios transmitem mensagens a todos os órgãos do corpo.

Analisemos, primeiramente, alguns exemplos específicos de pensamentos negativos.
A raiva e a hostilidade aceleram os batimentos cardíacos, elevam a pressão arterial e deixam a pessoa vermelha, entre outras coisas.

A ansiedade também acelera o coração e faz a pressão subir, provoca tremores nas mãos, suor frio, peso no estômago e fraqueza generalizada.

Os distúrbios mentais sérios há muito tempo são relacionados a alterações químicas no cérebro. Para citar um pesquisador:"Não há um único pensamento distorcido sem que haja também uma molécula distorcida".

Do mesmo modo, pensamentos positivos, alegres, amorosos e tranqüilos, como compaixão, amizade, bondade, generosidade, afeto, calor e intimidade produzem estados fisiológicos correspondentes através do fluxo de neurotransmissores e hormônios pelo sistema nervoso central.

As profundas mudanças fisiológicas induzidas por pensamentos positivos levam à boa saúde porque são intermediadas por neurotransmissores estimulantes.

Se, como já vimos, o sistema imunológico estiver enfraquecido devido a raiva, apatia, ressentimentos, conflitos e tristeza , então os pensamentos positivos aumentam a resistência do organismo à doença através de um processo semelhante, cujo resultado é inverso.

O "efeito placebo" é um exemplo desse conceito. O placebo é um comprimido feito de açúcar e corante. Ele é dado aos doentes como se fosse um remédio autêntico, e funciona porque os pacientes acreditam que ele vai funcionar.

Um grupo de pacientes que apresentava hemorragia provocada por úlcera recebeu do médico um comprimido descrito como a mais moderna e potente droga para o tratamento de úlceras.
70% por cento dos pacientes deixaram de sangrar imediatamente.Para outro grupo de pessoas na mesma situação, o médico disse que a droga era experimental e sua eficácia, desconhecida; em apenas 25% dos pacientes a hemorragia cessou. Todos eles haviam tomado apenas um placebo.

Esse tipo de pesquisa tem ramificações que nem imaginamos.Antigamente, pensava-se que o placebo funcionava porque o paciente enganava a si mesmo.
Os médicos reconheciam sua eficácia, mas consideravam-na apenas um curioso efeito colateral psicológico.
Hoje sabemos que os placebos põem em funcionamento os mecanismos de cura do próprio organismo (já descrevi os anestésicos naturais que o corpo produz com essa finalidade).
Os placebos são os melhores remédios do mundo. Os esquisadores estão começando a ver as possibilidades oferecidas pelo emprego do efeito placebo no tratamento de problemas orgânicos graves, inclusive o câncer.

Norman Cousins, cujos livros despertaram o público para esse fato, afirma: "O placebo não é um remédio, mas o médico interior".

Os placebos funcionam pela liberação de neurotransmissores. Isso significa que a substância ativa dos placebos são os pensamentos do paciente.

Naquele caso das úlceras, a hemorragia de um dos grupos cessou porque os doentes acreditaram que o comprimido funcionaria, e quanto menor a fé, menor a cura.
Os placebos são tão poderosos que alguns pacientes que se queixavam de náuseas se sentiram imediatamente aliviados depois de tomar o remédio oferecido pelo médico.

Acontece que aquele medicamento induzia as náuseas. Quando a fé é bem canalizada, pode alterar completamente e não apenas realçar a "realidade" das drogas.

Quando se acredita que um comprimido alivia a dor de cabeça, abaixa a pressão, melhora o desempenho sexual, dá mais energia, aumenta o apetite, faz emagrecer ou engordar, e até mesmo que cura um tumor maligno, pode apostar que os resultados serão exatamente esses.

Para que os pensamentos sejam capazes de curar, devem ser mantidos com simplicidade e julgados sinceramente como verdadeiros durante um certo período de tempo; quanto mais um padrão de pensamento curativo influencia os neurotransmissores adequados, mais esses neurotransmissores podem influenciar a fisiologia do cérebro.

A esta altura o leitor já deve ter percebido onde quero chegar. A evidência é inequívoca.
Falamos sobre problemas comuns, porém sérios, como pressão alta, doenças cardíacas, câncer, excesso de peso, fadiga crônica, depressão, síndrome de exaustão e doenças psiquiátricas.

Vimos que a mente desempenha um papel crucial na gênese de todos esses distúrbios. Em meu ponto de vista, isto também é verdadeiro com relação a qualquer outra doença.
Úlceras manifestam-se em pessoas hipertensas, ansiosas .

Colite ulcerosa, um distúrbio intestinal doloroso, aflige pessoas compulsivas e obsessivas .
Impotência e vários outros problemas sexuais são, quase sempre, devidos a um desempenho ansioso.

Acidentes acontecem com mais freqüência com pessoas caracteristicamente distraídas, que atraem infortúnios.

Podemos continuar falando sobre numerosos outros exemplos bem documentados. À medida que nos aprofundamos na patogênese da doença, no entanto, surge uma verdade primeira:
Toda doença resulta da interrupção do fluxo da inteligência.

Quando as pessoas falam de inteligência, referem-se quase sempre ao intelecto e como este intelecto age com relação aos conceitos.Mas a inteligência não está apenas na cabeça. Pode expressar-se a nível subcelular, celular ou de tecido ou, ainda, em nível do sistema nervoso central.

Enzimas, genes, receptares, anticorpos, hormônios e neurônios são expressões da inteligência.E eles possuem uma inteligência . Regulam funções essenciais com conhecimento perfeito e fazem isso nos postos mais avançados e mais distantes do organismo, longe do castelo onde o intelecto se assenta.

Apesar de podermos localizar todas essas expressões da inteligência, a inteligência em si não pode ser localizada. Permeia cada nível de suas manifestações; infiltra-se toda em nós e é, por natureza, universal.

A inteligência é mente e, como veremos, sua finalidade abrange o cosmos. Seríamos precipitados em supor que ela opera apenas nos extremos longínquos do cérebro. Naquele sentido, todo o processo da doença se desencadeia a partir do vasto palco da mente.

Esse é o medicamento certo

Eu sei o que vc está passando. É um processo bem difícil esse agora.Vc tem que entender que não existe remédio para a doença de Alzheimer, o que há é um medicamento para "controlar" os sintomas que os fazem sofrer - como esse - agitação e agressividade.

Entenda: O mundo dela está confuso. Está ruindo. Ela não se reconhece. Ela está confusa quanto a sua realidade. Por vezes não sabe quem é, onde está e quem são as pessoas que estão a sua volta. Perderam o raciocínio lógico - o que seria isso?

Imagine-se acordando indo para a cozinha fazer o café para seu desjejum, como faz há anos. Você acorda como todas as manhãs, se dirige a cozinha (sabe que é lá que fica o fogão, geladeira etc) mas... não se lembra como se faz CAFÉ!! Vc esqueceu como se prepara um café. Imagine, uma coisa que a gente faz há anos e vc se esquece como deve iniciar o processo.

Vc sabe que tem que ter água, pó do café (a embalagem tá dizendo Café, vc ainda saber ler), mas como tornar isso um maravilhoso café da qual vc está acostumada a fazer? Vc não se lembra se tem que jogar o pó dentro da água e esquentar e quanto de pó vc deve colocar.Depois vc vê que a água tá subindo fervendo aquele "chá" preto e agora? Coloca no copo? E esse pó como eu tiro ele?

Será que vc consegue perceber o que se passa na cabeça deles?Vc não se sentiria muito triste e agoniada? Agitada e com raiva?" não é possível! Eu sempre fiz café! Como não me lembro como se faz um ?!"

Veja bem. Vc está na sua cozinha. Está com as ferramentas necessárias - fogo, coador, pó do café, chaleira, água, cafeteira - para fazer aquilo que faz todos os dias, mas numa bela manhã, vc não sabe mais como fazer.

A melhor maneira para se entender um doente de Alzheimer ou qualquer outro ser humano ou situação, é se colocar no lugar dele. A sua visão das coisas é diferente da visão do outro ser.Cada pessoa vê a mesma coisa de maneira diferente. E no caso de uma doença como essa... imagine o que sua mãe não está sentindo.

Uma dica em caso de agitação:
O ambiente deve estar tranquilo - sem gritos, TV alta, música de pagode, samba ou rádio com notícias e barulho constante. Isso faz um mal terrível a eles.
Pessoas com problemas mentais necessitam de lugares calmos. Seu mundo já está um caos - não piore o mundo dele.
Ouça música calma. Ponha músicas que ela goste, que faça lembrar de épocas onde sua vida era maravilhosa. Caso não haja essa "música" , não coloque nada, apenas torne o ambiente tranquilo.
Fale baixo com ela. Eles tendem a imitar comportamentos. Se vc fala alto ele fala alto, se vc falar baixinho e com calma ele se acalmará e falará no seu tom.Sempre que tiver agressiva, veja o que a tornou dessa maneira.
Alguma coisa aconteceu. reveja. Segure a suas mãos e diga que estará ali para ajudá-la no que for preciso.
O toque chega mais rápido ao cérebro que as palavras.
Se ela fizer queixa de as "coisas não estão no lugar, ou que tudo está errado"- novamente - assegure-a que tudo vai ficar bem, que vc vai ajudá-la a por tudo no lugar de novo.

Parece óbvio, não é? Mas na cabeça deles alguém precisa dizer isso a eles o tempo todo, da mesma maneira que vc acalma uma criança que levou um tombo. Ela não entende a gravidade de seu "tombo" - ela apenas precisa que vc a assegure que NADA vai lhe acontecer de ruim! Está tudo bem!!!
Esse é o medicamento.
Laura Botelho

Alzheimer, a doença da alma

"A pessoa doente sabe que as coisas estão estranhas na sua cabeça, mas está sempre confiante que é passageiro. Se recusa ir a um médico, se recusa a ceder aos cuidados da família e por vezes agride aqueles que querem seu bem.
Eles não têm idéia do comprometimento gradual da sua enfermidade. Acreditam que amanhã sua memória ficará melhor e que não vai precisar de ninguém para acompanhá-lo até o banco, por exemplo.

Não se iludam com seus bons desempenhos em testes cognitivos. Esses doentes, na fase inicial da doença, diante de um clínico e de seus familiares se esforçam demais, tentando ocultar suas dificuldades de memória e toda angústia que vem passando.

Diagnósticos incorretos são muito comuns ultimamente, baseados sempre na perda da memória e casos de agitação e depressão. É necessária uma investigação minuciosa do caso, pois existem diversas patologias que apresentam esses mesmo transtornos – perda de memória, agitação, depressão etc.

O planejamento prévio para esses doentes não existe mais, como iniciar o almoço, por exemplo, a resolução de problemas comuns como fazer compras para a semana, pagar contas que vão vencer, tomar o remédio na hora certa, comprar o gás que acabou, não é enxergada por eles.

A habilidade verbal é diminuída com o passar do tempo. A falta de palavras e expressões para descrever um sentimento ou mesmo um objeto causa muito desconforto ao doente e ele se torna agressivo por conta de toda essa perda. Tudo se torna muito difícil.

A demência de um familiar tem um grande impacto na qualidade de vida de quem o cuida, de quem convive com ele que é exacerbada pela falta de conhecimento sobre a doença e sua progressão.
Cuidar de alguém com demência pode levar qualquer pessoa ao limite dos seus recursos emocionais. E quanto menor o nível de suporte social, maior a sobrecarga do cuidador.

Após diagnóstico comprovado, o que fazer então com esse doente demenciado do tipo Alzheimer?
Os fatores que mais agravam a dificuldade e o penar desse cuidador é a carência na atenção dos cuidados médicos - uma orientação definida e bem detalhada do que fazer, quando fazer e como fazer, à reabilitação, à medicação, ao apoio externo, o equipamento especial, ao ambiente físico e social, espiritual, tudo isso é ignorado pelo familiar que recebe a notícia.
Sei porque senti isso na pele.

Esse cuidador principal é caracterizado em nosso país como um membro da família que assume diretamente os cuidados de um familiar. (nessa lista estão a esposa, ou marido, filhos, sobrinhos, irmãos etc)

É comum encontrar idosos com mais de 60 e 80 anos cuidando de doentes da mesma faixa etária = “idosos independentes” cuidando de “idosos dependentes”.
A atribuição de cuidar não se resume apenas na ajuda no vestir, alimentar, banhar, mas engloba também na ajuda para usar um telefone, sentá-lo, move-lo, manipular objetos, vira-lo na cama e transferi-lo de um lugar à outro, auxiliar na comunicação e se fazer entender, distraí-lo e como se bastasse, ainda tentar manter sua auto-estima em níveis satisfatórios.

É uma tarefa muito difícil para quem tem noção do que está fazendo, que foi bem orientada, imagine a dificuldade para quem não tem a menor idéia do que deva ser feito para esse doente?
Baseada nessa necessidade de saber como proceder foi que resumi de maneira bem modesta, com expressões coloquiais, acessível a toda camada social, alguns passos importantes e informações gerais sobre vários aspectos da doença no livro: Alzheimer, a doença da alma.

Destaquei pra hoje, alguns tópicos.Separei alguns itens como de grande importância para uma boa comunicação a cuidador x doente de DA quando estes ainda estão apresentando os sintomas inicias da doença. Que fique bem claro que a doença é progressiva e leva anos para a total alienação.

•O clima emocional dessa comunicação será reflexo das atitudes de quem o trata, lida com ele. Se a pessoa que o cuida, que está interagindo com ele, está nervoso, tenso, apressado ou aborrecido ele sentirá a mesma coisa e entrará em colapso, piorando ainda mais sua comunicação com os demais.

Não force o deonte de Alzheimer a ficar com quem o assusta ou lhe cria medo. Ensiná-lo a se adaptar com quem quer que seja é um desperdício de tempo e energia para todos. É fundamental que o cuidador se adapte ao enfermo do que forçar a esses frágeis e vulneráveis seres que se adaptem ao ambiente de suas conviniências.

•Não o ignore na conversa! (ele não é retardado. Ficará agitado se for excluído do assunto, sentirão que estão sendo postos de lado aos acontecimentos. Olhe nos olhos dele)

•Doentes de Alzheimer costumam imitar comportamentos.Se você aparenta calma ele provavelmente agirá calmamente,Se você falar pausadamente em voz baixa e com timbre agradável ele tenderá a imitá-lo. Fale baixo e devagar, num tom de voz manso e tranqüilo.

•Eles entendem e respeitam mais as pessoas que passam mais tempo com eles e estes, por sua vez, aprendem a trabalhar melhor com os doentes, criando laços de confiança e amizade.

•Nunca mencione a realidade atual do doente em sua frente. Isso lhe causa uma sensação de extremo pesar, sua baixa estima vai ao fundo do poço. A sensação de que algo não está certo já é por demais penoso, sentem-se fracassados e nada melhor que familiar “sem tato” para acabar com suas esperanças. Ficam agitados ao perceber que não parecem tão doentes assim, afinal agem como qualquer outra pessoa. Não enxergam sua realidade.

•Não faça várias perguntas de uma só vez. Ele não lembrará da sua última pergunta. Use frases curtas dando-lhe tempo para responder. Pergunte, aguarde a resposta. Repita sempre as últimas palavras ditas por ele deixando-o terminar de falar, concluir o pensamento, pois perdem a linha do raciocínio no meio da frase. Ex: “Então vc disse que está meio confuso... e...”

•Use expressões claras, evite as de duplo sentido. Sua capacidade de entender o óbvio está muito reduzida. Não espere que ele identifique com rapidez, certas palavras, pessoas, conceitos ou objetos. (somente em caso de avaliação inicial do especialista)

•Evite brincadeiras tolas. Isso fará com que ele se sinta menos entendido, banalizado.

•Não lhe dê conselhos, orientações, ou explicações “racionais” ao doente sobre suas queixas. Apenas ouça seu depoimento e concorde com ele. Geralmente ficam nervosos dizendo que não comeram nada ainda, mesmo tendo acabado de sair da mesa do almoço. Ouça e diga que vai ver algo para ele comer. Não explique nada!

•Dê sempre uma saída honrosa a seus atos. Não piore as coisas.(geralmente a família sem informação costuma arrasar o doente em frente ao médico na esperança deste dar um “jeito” na conduta dele, - não colabore com o massacre!)
Quando ele culpa alguém por suas atitudes (no caso do doente acusar alguém de estar roubando suas coisas) está transferindo o problema para fora do seu eu – ele não tem culpa de nada – isso faz com que proteja sua auto-estima. O problema vem de fora e não de dentro dele. (é mais fácil acreditar que está sendo roubado, lesado do que está perdendo a noção de onde pôe as coisas, de seu poder em organizar e lidar com as tarefas diárias, pois se não se lembrar, fatalmente alguém observará e colocará sua integridade em dúvida, tudo que qualquer ser humano não deseja - ser chamado de incapaz)

•Dê atenção a seus sentimentos e não a seus atos.

•Segure suas mãos (no caso de idosos bem depressivos). O toque chega mais rápido ao cérebro do que as palavras e estabelece uma comunicação de confiança demonstrando que vc confia nele e se preocupa com ele e que presta sincera atenção a seus relatos.

•Eles têm muita dificuldade na maneira de expressar suas emoções. Pode rir, quando sente dor; e chorar, ficar agitado, desconfortável ao expressar carinho e afeto. Choram sem motivo aparente, muitas vezes pela dificuldade em achar as palavras certas para esclarecer o que pensam.

•Nunca chame a sua atenção.•Não o encare com olhar de reprovação ou intimidador.•Não o trate como doente mental ou surdo, ele ouve, mas não entende o que vc diz.

•Muitos farão as mesmas perguntas repetidamente, mesmo após terem sido respondidas. Tenha calma. Certas perguntas devem ser respondidas de maneira a fornecer-lhes alguma orientação, mas sem “explicações lógicas”!

•Seguir a pessoa que o cuida também é algo que ele faz sem perceber. Esse cuidador é seu intérprete daquele mundo caótico. Ele tem uma necessidade profunda de sentir segurança, é difícil para ele ficar longe.

•A rotina é fundamental na vida do idoso com demência. Fazer a mesma coisa, na mesma hora, do mesmo jeito, facilita, ajuda o idoso demenciado a enfrentar o seu dia a dia.

•Demenciados nunca devem ficar em quartos fechados e isolados. É necessário que tenha sempre alguém por perto para que no acordar ele possa se situar no espaço e no tempo. Deixe luz acesa em lugar próximo.

•As ordens devem ser bem claras: "Vamos tirar suas roupas", “vou virá-la na cama”. Vamos comer agora.

•Não faça movimentos bruscos ele pode interpretar como um ataque físico.
Atenção a agitação e a agressividade!!Este pode ser um sinal resultante de inúmeras conseqüências como:
fome ou sede, (é comum ficarem agitados quando sentem fome ou sede – dar algo para comer os acalma imediatamente.)
frio ou excessivo calor.
incomodo com as roupas,
dor ou de outro desconforto físico.
ambiente em desordem.
quadros infecciosos,
intoxicação por drogas,
assaduras,
desidratação,
impactação fecal, retenção de urina
- Ele pode estar enfrentando dificuldades em comunicar que quer ir ao banheiro. Tenta avisar de variadas formas, agitando-se, levantando e sentando várias vezes, esfregando as pernas, andando rapidamente batendo com as mãos nas coxas ou nos braços da poltrona, coçando-se na região genital ou mesmo abaixando as calças ou levantando o vestido.
Em muitos casos, a agitação do doente ocorre devido à pouca preparação do cuidador.Cuidadores sem experiência: em estado nervoso, apreensivo, irritado, agressivo, apressado ou deprimido.

•Doentes demenciados têm uma capacidade de absorver com facilidade problemas no ambiente, traduzindo conseqüentemente em agitação, choro descontrolado, necessidade de fuga, agressividade e auto-flagelo. Atenção ao clima no ambiente. Parentes nervosos, ansiosos e agitados são péssimos companheiros a esses doentes.

•Efeito crepúsculo: à noite é o momento mais dramático para eles. As pistas sobre o que acontece no ambiente diminuem com a falta de luz natural. Os ruídos que geralmente o orientam, de repente cessam (passos, vozes, barulhos de movimentos comuns do dia). Isso causa desconforto e se sentem inseguros, acreditam que algo de ruim vai acontecer. Tudo fica diferente. É comum preferirem dormir justamente de dia no horário de agitação da casa, se sentem mais seguros, pois se abrirem os olhos, tudo estará no lugar.

Perda de peso – reveja essa possibilidade.•A perda acentuada de peso sem perda de apetite pode estar correlacionada especialmente com excesso de atividade sem a ingestão adequada de calorias, como ocorre em doentes chamados vagantes, que andam o dia inteiro de um lado para o outro, distúrbios comum na doença.

Minha mãe era vagante. Andava o dia inteiro. De um lado pro outro. Do portão ao quarto, diversas vezes ao dia até chegar por vezes a exaustão Tinha que ser contida em momentos diversos, no caso de dias chuvosos e muito ensolarados e quentes.Certo vez dormiu 1 dia inteiro, pensamos que ela havia entrado em coma tal seu desgaste físico, mas era apenas cansaço físico.

•Quadro de Disfagia - A freqüência com que ele engasga ou tosse, ao comer, (A disfagia é definida como uma dificuldade em deglutir ou uma sensação de comida "presa" na garganta ou no esôfago) corresponde ao fato que eles se esquecem de como mastigar tendo que ser lembrados para que mastiguem o alimento antes de tentar deglutí-los. "

Dica:As enfermeiras que cuidavam da minha mãe descobriram que um belo dia ela passou a rejeitar o almoço quando apresentado no prato. Decidiram dividir “o todo” em porções menores, tornando assim mais fácil visualizar o que iria comer. Ela passou a comer tudo que estava anteriormente no prato, mas em porções separadas, divididas. A partir do momento em que terminava a pequena porção outra era apresentada e ela, sem rejeição. Esse modelo se repetia também nos pães e biscoitos. Se dessem o pão Frances inteiro ela não comia. Passando a dividir o pão em três pedaços elas os aceitava.

Entrevista da CBN

Olá,
decidi colocar um link de uma entrevista de Rodrigo de Freitas, um jovem de 30 anos que tem a mãe com Alzheimer e a partir de sua experiência no seu dia a dia narra com bom humor e seriedade os momentos difíceis de sua vida familiar.

http://cbn.globoradio.globo.com/cbn/wma/player_gradio.asp?audio=2008/not... ...

Uma das minhas maiores preocupações hoje, em relação a doença de Alzheimer, é relativo a sua segunda vítima: O CUIDADOR direto e indireto, aquele que não consegue caminhar, ver uma saída para os problemas com a vida.

Tenho uma preocupação muito grande em tentar amenizar essa dor do CUIDADOR, mas é sabido que essa ajuda é de dentro para fora e não dos caminhos do exterior. Apenas a informação não basta - a necessidade de vc querer enxergar uma saída para sua angústia é que fará com que sua vida tenha uma outra perspectiva.

Sei que parece fria essa conclusão, mas é bastante comprovada pela ciência e exaustivamente exposta pelas palavras dos grandes pensadores da humanidade - "Conhece se te a ti mesmo".

É uma expressão a princípio sem muitas pistas, mas se vc souber que conhecendo seus pensamentos, observando sua maneira de encarar as coisas terá uma idéia sobre tudo que gira a sua volta.

Se vc quer paz - sinta paz interior; se vc quer saúde - sinta-se saudável.
Livre-se da palavra angustia; medo; tristeza, dor, pena...
Acorde hoje e decida fazer o melhor nesse dia por alguém... e muito mais a vc mesmo.

Tenha pensamentos POSITIVOS, mesmo que vc ache que seu mundo esteja de cabeça para baixo. Deixe de ser egocêntrico (que tudo gira em torno de seu umbigo). O mundo está mal e não a sua vida.

Há pessoas que perderam tudo - filhos, irmãos, pais muito antes deles terem noção do que eles representavam em suas vidas. Mas vc os têm aí ao seu lado.

Se seu pai, mãe , irmão tem Alzheimer, lembre-se que sua memória pode ter ido embora, mas o olhar de carinho será imortalizado, pois o inconsciente dele sabe quem é vc, apenas não lhe dá títulos de ordem de grandeza, de ordem de importância.

Não seja egoísta com a natureza, saiba doar sem pedir nada em troca, pois só sofre aquele que necessita de pagamento, de ressarcimento por aquilo que dispôs.

Faça as coisas a seu tempo, nada é definitivo, nada é justificável.

Faça o melhor que vc puder, senão puder não se sinta menor por isso, pois a verdadeira razão de estarmos todos nós em torno de uma doença é para aprendermos uma lição: humildade e amor INCONDICIONAL ao próximo.

Vc pode fazer isso?
Ouça a matéria da CBN.
Um abraço
Laura

13 de ago. de 2008

Uma visão sobre a doença de Alzheimer

Estudo muito sobre comportamento humano e colhi várias informações de livros e textos sobre os sintomas da doença de Alzheimer e acho que encontrei um resumo, (bem sintetizado) onde vc, que está sem respostas para tudo, poderá entender o processo da demência em nossas vidas.

Não espero que acredite, mas que reflita sobre o texto, pois deste, poderá inclusive, livrá-lo de um futuro como o de seu ente querido.

Se cuide. Se ame. Faça aquilo que acha que deva ser feito independente do que as pessoas "achem".

Se arrependa do que FEZ, mas nunca, jamais daquilo que poderia ter feito, mas por covardia não foi adiante. Esse é o pior de TODOS os ARREPENDIMENTOS!

A Doença de Alzheimer é uma doença que ainda não desempenha um papel importante na consciência dos ainda não afetados. 

Quando Dr Alois Alzheimer descreveu a enfermidade para a comunidade médica há um século atrás, pouca coisa foi feita em relação a se dar uma relevante importância a gravidade social, familiar que envolvem os sintomas iniciais da doença .


A memória social está muito prejudicada, caduca e sem consciência do que estamos para enfrentar futuramente.
A sociedade atualmente não tem memória, inteligência, capacidade de decisão. Perdeu a linguagem, a orientação, a sensação de ritmo, emfim, a razão pela qual lutar por um mundo melhor.

Esse todo reflete na parte, na fração que chamamos indivíduo . Vivemos no passado - todos nós - nos bons tempos.
Os dias atuais são difíceis e confusos . Somos perturbados pelas desgraças alheias a nossa vida particular. Estamos declinando nosso comportamento, nossas ações. Estamos inquietos, agitados, intranqüilos.

Estamos dando pequenos passos a frente e muitos atrás. Não reconhecemos mais nossos irmãos, pais, maridos, filhos como pessoas amigas, queridas.

Perdemos os caminho. Queremos colo . Queremos que tomem conta da gente , queremos atenção, mas ninguém tem tempo para nos dar. Não queremos ser responsáveis por nada e por ninguém, é tudo muito difícil.


Queremos ficar na sombra de nossas almas, mas somos forçados a interagir com quem não queremos ou não podemos reconhecer como “conhecido”.


Nosso objetivo na vida está cada vez mais longe, distante do ideal... Perdeu-se no caminho .
Não sabemos mais onde estamos e por que estamos e para onde deveremos ir.
Não há luz, não há esperança. Nos deprimimos. Temos medo de tudo , do escuro, da solidão, do outro.

Perambulamos pelas ruas a procura de um rosto amigo, uma identificação com um passado querido, mas a busca é em vão e nos entregamos a gritar, a chorar, a xingar, a bater com toda nossa força, que pouco ainda nos resta.



Precisamos de orientação , de uma mão amiga que nos diga onde devemos ir . Um abraço apertado e uma voz nos dizendo: Vai dar tudo certo. Tudo vai terminar bem...

Alzheimer é uma despedida que leva anos...

A medicina chinesa e os estudos psicológicos de correlação das doenças com os padrões mentais do ser humano mostram que o mal de Alzheimer ocorre com pessoas que teimaram a vida inteira em não aceitar a vida como ela é.



Na verdade sempre procuraram controlar os acontecimentos ou os pensamentos dos outros à sua maneira, mas, quando contrariados , acabaram gerando para si mesmas frustração e raiva.


Por isso, a única saída para aqueles que resistem em mudar seu modo de ver a vida “é começar a esquecê-la”, o que vai revelar o outro extremo de seu ego controlador e indefeso.

Essas pessoas perdem, inconscientemente, a esperança de transformar o ambiente em que vivem e “partem para um estado de demência” a fim de relaxar.

Entenda que enquanto a consciência foge dos processos da vida pelos estranhos caminhos da amnésia, da demência, das drogas ou do sono, o inconsciente do ser humano permanece intacto e ativo em seu ritmo instintivo de emoções e de necessidades fisiológicas e biológicas.

Procure entendê-lo tratando-o com amor e paciência, mesmo que ele se mostre violento e esquecido, pois esse comportamento é típico de sua obstinada resistência em não querer ajuda.

Ele sabe, inconscientemente , que essa ajuda, certamente, vai “curá-lo”, fará com que ele viva no aqui e no agora e é tudo que ele não quer , o que o obrigaria a ter de dar o braço a torcer contra a sua vontade.

Converse com seu subconsciente como se estivesse conversando com uma pessoa normal, o que, na realidade, ele é, apenas carrega medos maiores que sua vontade.

Não duvide daquilo que ainda você não tem total conhecimento, coisas não são exatamente como vemos com os olhos físicos.

Livros pesquisados - Cristina Cairo e Dr. Rüdger Dahlke

Cérebro de alguém com Alzheimer - Direito

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